15 de out. de 2011

S.O.S Lobo Mau

Nesse final de semana o Grupo de Teatro do Oprimido Fazendo Arte estreou a peça "S.O.S Lobo Mau" nos espaços da ADL. Baseada na tradicional e famosa história de "Chapeuzinho Vermelho", o grupo discuti alguns valores e ideologias concentradas nos principais personagens do conto. O  Lobo Mau, a Vovozinha e o Caçador são os personagens que mais chamam atenção durante toda a representação, seus papéis são invertidos com uma boa pitada de bom humor. 
Na história, há vinte anos a famosa floresta é ocupada por diversos lenhadores, em pouco tempo o belo cenário é substituído devastação e cinzas. Nem mesmo os animais resistiram, muitos foram sacrificados pelo fogo, os lobos atraiam mais atenção dos lenhadores, seu pêlo rendia muito dinheiro.  
Com a iniciativa do jovem Antônio Ambientalista  o cenário é substituído por esperança,  surge então uma reserva ambiental. Logo aparecem os primeiros animais e entre eles, um lobo faminto. Um antigo lenhador, lídere do contrabando de pêlo de lobo,  não deixa baixo, é atraído pelas notícias. Investigado pela agente Vovó  e seu agente secreto "Príncipe Encantado", a história gera muitas gargalhadas. Como essa história continua? Como Chapeuzinho lida com tudo? Só assistindo...
Além da representação para alunos e pessoas da comunidade na ADL, a peça já foi  representada para as crianças da paróquia de Serra Pelada e para as crianças da paróquia de Barracão. Nas próximas semanas a peça será representada nas principais escolas e comunidades da região. Divulgaremos datas no site da ADL. 


4 de mai. de 2011

Memórias de embornal: minhas raízes me dão asas. Teatro do Oprimido no ES


Por: William Berger
Ator. Assistente Social (UFES). Multiplicador do Teatro do Oprimido (CTO). Mestrando em Serviço Social (PUC-Rio)

10.04.2011

Mais uma vez piso o solo de onde saí, meu espaço vital, lugar do abraço maternal por toda a raiz.

Tenho asas de aves migratórias
Jamais se cansam de abraçar o infinito
Tenho raízes de mangueiras em flor
No fundo, no fundo o que me alimenta é o amor.

Estou a caminho de Afonso Claúdio, interior do estado do ES, para realizar com jovens pomeranos uma oficina de Teatro do Oprimido num centro de formação de lideranças comunitárias (Associação Diaconal Luterana), onde estudei na adolescência. Mala pesada, embornal cheio. Na boca, o gosto doce do mel. Minha mãe  e minha madrinha me esperavam anciosamente na capital. Lágrimas e riso reencontro após quase um ano.

Agora chove e a estrada é recheada de lembranças, cheiros, cores, imagens, sons, palavras, memórias de embornal.

Carrego sempre um embornal de pano (não me acostumei aos "estéticos" sintéticos). Meu avô tinha um parecido, feito, porém, de couro duro de vaca, ainda com pelo preto e manchas brancas. Para quê dizer isso quando a objetividade nos clama ao mundo simbólico? Por que dar ouvidos a esse sensível planeta de sensações que é meu corpo e suas memórias? Recordo o exemplo de Boal. Lembro-me de suas palavras em "Hamlet e o filho do Padeiro". Em minha mente se opera agora uma sinestesia gostosa. É como se pudesse voltar no passado e fazer uma intervenção. Sem dúvida, multiplicar Teatro do Oprimido no lugar onde foram plantadas nossas raízes pela primeira vez é terapêutico.

E o caminho se refaz . . .

No caminho matas e montanhas. O eucalipto e as monoculturas também invadem e destróem a região serrana do meu estado, assim como o norte onde vivem os indígenas Tupiniquim e Guarani-Mbyá. Foram nessas serras que vindos da Pomerânia, região entre a Polônia e a Alemanha Oriental, que se instalaram meus ancestrais em fins do século XIX e início do século XX. Trouxeram junto uma territorialidade de busca pela paz. Fugidos do nazismo, muitos pomeranos escaparam dos campos de concentração vindo para as serras do ES. Os descendentes ainda falam a língua e mantém costumes desde quando aqui chegaram nossos ancestrais.

Minhas raízes me dão asas


Só agora é que compreendo o verdadeiro significado das raízes e das asas em minha vida. Nessa segunda semana de abril de 2011, após os seminários Raízes e Asas I e II de Bárbara Santos retornei ao meu lugar de origem. 

Havia ministrado uma oficina de TO em 2009. Qual não foi minha surpresa ao chegar à Instituição e descobrir que as sementes germinaram, criaram raízes fortes que buscam o alimento ético e solidário.

A Instituição (Associação Diaconal Luterana) colocou o Teatro do Oprimido como conteúdo programático da disciplina "Corpo e Expressão" por desejo e cobrança dos próprios alunos do 3° ano que fizeram a oficina em 2009. Quem coordena é o praticante de TO, o professor  Alex R. Braum, filho da terra que associou-se ao NUPRATO (Núcleo de Praticantes de Teatro do Oprimido do ES).

Na oficina pude aplicar com o grupo jogos e exercícios que ainda não haviam praticado, fruto dos seminários e cursos que pude fazer nesse começo de ano no CTO (Centro de Teatro do Oprimido).

O resultado foram duas cenas de Teatro Fórum nos 3 dias de oficina. Os temas: opressões internas da convivência, um jovem que desrespeita o espaço dos outros. A outra, uma jovem pomerana  que se vê pressionada pelas amigas a perder a virgindade em uma festa. O faz de forma violenta, alcoolizada, numa situação onde o agressor viu-se no "direito" de estuprá-la. Fizemos o Fórum com mais de 70 jovens na plateia e o resultado foi espetacular, pois para a maioria era a primeitra vez que presenciavam, uma forma de teatro onde na plateia eram mais que seres passivos: Espect (atores). O grupo continua a apresentar a cena na localidade.

O conflito é real e o tema urgente. Fortalece-se  a consciência e a tomada de atitude: o desejo e a necessidade de relações sadias e construtivas, como jovens, artistas e futuras lideranças comunitárias.

Sigo meu caminho agora rumo às aldeias Tupiniquim e Guarani-Mbyá no norte do ES. Novos desafios. A multiplicação: espalhar sementes por terras devastadas pelo eucalipto, a monocultura e as transnacionais (Aracruz Celulose, hoje chamada Fíbria).

Adamante . . .

William Berger

30 de abr. de 2011

Teatro do Oprimido no Conexão Rede Cultura Jovem - Afonso Cláudio

Ontem à noite a arte da juventude de Afonso Cláudio ‘pousou’  na frente da prefeitura. Promovido pela secretaria de cultura do município, o 1° Conexão Rede Cultura Jovem de Afonso Cláudio abriu espaço para exibições de esquetes, curta metragem, teatro fórum, dança, pintura e outros. Buscando integrar e valorizar as ações artístico-culturais concretas da juventude, o projeto acontecerá uma vez ao mês em diferentes espaços públicos do município. 

O Teatro Fórum 'Pai, quero minha arte'  contou a história do jovem Luís,  sonhava com a graduação em música, apoiado pela mãe e pelo amigo, encontrava contradição com os sonhos e desejos do pai. Este já havia planejado todo o futuro do filho. Os espect-atores não perderam a oportunidade e sugeriram soluções para o caso. Risos, palmas e boa música marcaram esse momento... 




17 de mar. de 2011

Teatro Fórum no encontro das mulheres da paróquia de Afonso Cláudio


Nesse último domingo o GTO Fazendo Arte esteve presente no  encontro paroquial de mulheres da paróquia de Afonso Cláudio. Foi apresentado um teatro fórum retratando a história de uma mulher que buscava mais tempo para curtir o grupo de mulheres da sua comunidade, presa as obrigações do lar e a visão limitada do marido, ela coMOVE o seu público a buscar a mudança.